COORDENADORXS
Rachel Bowditch, professora adjunta da Arizona State University, tem mestrado e Ph.D. Ela tem enfocado os festivais, a utopia e a performance experimental. Seu livro, On the Edge of Utopia: Performance and Ritual at Burning Man, foi publicado como parte da série Enactments (Seagull Press/University of Chicago Press). Seu segundo livro, Performing Utopia, será publicado em 2016. rachelbowditch.com; vesselproject.org
Zeca Ligiéro tem um mestrado e um Ph.D. em Estudos da Performance pela NYU, dos pós-doutorados pela Yale University e Paris 8. É professor titular da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e coordena o Núcleo de Estudos das Performances Afro-Ameríndias. Dirigiu os espetáculos Povo de Rua no México e Desabrigo, de Antonio Fraga. Publicou: Initiation into Candomblé: Introduction to African-Brazilian Religion e Augusto Boal: Arte, Pedagogia e Política, entre muitos outros.
Milla Cozart Riggio, professora James J. Goodwin de Inglês no Trinity College recebeu o seu Ph.D. da Harvard University. Tem enfocado o Carnaval e a cultura de Trinidade. Entre seus livros e monografias editadas estão Ta`ziyeh: Ritual and Drama in Iran, The Play of Wisdom: Its Text and Contexts, Teaching Shakespeare through Performance. Já escreveu também sobre as performances hindus Ramleela em Trinidade.
Paolo Vignolo é professor adjunto da Universidad Nacional de Colombia, no ramo dos Estudos da Memória e da História Pública. Suas publicações e projetos artísticos enfocam: a poética, a política e a prática do jogo e da performance festiva, como também o patrimônio cultural, os direitos culturais e os agentes culturais. unal.academia.edu/PaoloVignolo
SALAS
18/7 – 20/7: H301, Tecnoaulas FEN
22/7: B24 FAU
DESCRIÇÃO
O excesso é um aspecto crucial de muitos carnavais e festas populares das Américas. A etimologia do termo (do latim ex “fora” + ceder “ir, ceder”) nos faz recordar a sua relação íntima com o excêntrico, ao tempo em que evoca um anseio de ir além que transcende, perturba e excede tanto o sujeito individual quanto a norma social. Isso simultaneamente nos remete à questão, crucial em toda prática festiva, da administração de excedentes. O potlatch e a depravação sagrada, os rituais do don e do contra-don, os choques entre economias morais e a expansão capitalista, os ciclos de prosperidade e de miséria, as derivas diaspóricas de tradições ancestrais, tudo isso resulta nas aporias do carnaval/festa, onde o excesso é também o governo do excesso, a exuberância testa os seus limites e o extravagante brota no seio do familiar.
Nos interessam propostas que questionem o caráter excessivo das estéticas e as economias da festa, em busca dos vincos, das zonas sombrias, das fronteiras porosas e conflitantes onde se insinuam alterações e alternativas, dissidências e subversões capazes de questionar radicalmente a visão antropológica de um homo economicus obcecado com a acumulação e a escassez, assim como a visão social de um status quo baseado nas leis da oferta e demanda.