O ano de 2011 foi marcado por uma explosão de mobilizações radicais, desde protestos estudantis e ocupações até insurreições e revoltas. Esses eventos foram marcados pela presença de corpos reclamando o espaço público, mudanças econômicas, sociais e políticas, e pelo uso de tecnologias como instrumentos de comunicação, organização e revolta. À medida que essas lutas políticas se espalharam pelo globo, artistas, ativistas e acadêmicos se engajaram e reagiram, gerando práticas de pesquisa militantes, gestos artísticos radicais e a interconexão de comunidades.
A Iniciativa de Estudantes de Pós-Graduação e o Instituto Hemisférico de Performance e Politica convidam estudantes de pós-graduação das humanas, letras, artes e ciências sociais a nos encontrarmos na Convergência 2012 e discutirmos noções contemporâneas de emancipação, liberação, revolução, ocupação, geopolítica, “artivismo” e pesquisa militante, considerando as tensões vivas desses conceitos em corpos, saberes e espaços.
No mesmo espírito dos Encuentros do Instituto Hemisférico, a Convergência 2012 quer gerar um espaço de conexões intensas entre a academia, a expressão artística e a política, promovendo práticas corporais – a performance – como um veículo para a criação de novos significados e a transmissão de valores culturais, memória e identidade. Durante os três dias da Convergência, queremos explorar novos potenciais políticos para a emancipação, liberação e revolução.
Os palestrantes e artistas incluem: Andy Bichlbaum (The Yes Men), Colectivo Situaciones (Argentina), Counter-Cartographies Collective (Durham, NC), Ricardo Dominguez (UCSD), Esther Gabara (Duke University), Macarena Gómez-Barris (USC), Jack Halberstam (USC), Michael Hardt (Duke University), Brian Holmes (ativista), Josh Kun (USC), Pedro Lasch (Duke University), Diane Nelson (Duke University), Walter Mignolo (Duke University), Spirithouse (Durham NC), Diana Taylor (NYU) e Wu Tsang (performer/cineasta)
A Hemi GSI é um fórum para estudantes de pós-graduação, portanto os interessados devem estar cursando um curso de pós-graduação (Especialização, Mestrado ou Doutorado), nas humanas, letras, artes ou ciências sociais.
Interessados devem se candidatar para fazer parte de um grupo de trabalho (confira o menu lateral do nosso website). Para se candidatar, favor preencher a Ficha de Inscrição, e enviar por email o seu currículo, uma biografia de 250 palavras, e um resumo de 500 palavras do seu projeto para hemi.gsi@gmail.com. Lembre-se de indicar o nome do grupo de trabalho do qual você gostaria de participar no assunto do e-mail, e certifique-se de que os documentos enviados estejam no formato Word (.doc ou .docx). O número máximo de participantes por grupo de trabalho é de 10 pessoas.
Prazo: 1o de julho de 2012
Ficha de Inscrição: http://bit.ly/J1yU2v
Contato: hemi.gsi@gmail.com
Os estudantes devem colocar o seu trabalho em diálogo com os temas dos grupos de trabalho.
Descrição: Desde os anos 80, grupos como o Critical Art Ensemble tem teorizado e desenvolvido diferentes formas de teatro(s) recombinante(s) com o objetivo de procurar, colidir, perturbar, expandir, interroper e inventar modos de pulsão sustentável entre corpos_dado e corpos_reais. Cerca de 30 anos depois, a zona de eventos a partir da qual o(s) teatro(s) recombinante(s) podem performar, criar, conectar e deslocar como gestos on-line_off-line se converteram em um cenário social estável para sua prática e sua institucionalização. O que aprendemos sobre essa matiz performativa? O que perdemos? O que fazer agora? Qual é/quais são as futuras formas de teatro(s) recombinante(s)? Convidamos você a escrever códigos críticos, a performar entre as fronteiras, a imaginar os horizontes do outro lado, e a arriscar-se a ir além da rede e da rua.
Descrição: Neste grupo de trabalho exploraremos formas alternativas de pensar, viver, de ser e de devir. Rastreando a ideia do alternativo e do revolucionário, do subversivo e do subalterno através de múltiplos contextos, luta política, prática artística, expressão cultural, imaginários sociais, rebeldia, transgressão, pensamento utópico. Pensaremos sobre a relação entre o dominante e a sua contestação. Articularemos uma teoria do alternativo e consideraremos suas posições e possibilidades na cultura popular, no subcultural e no reciclado.
Descrição: Este grupo de trabalho aborda os temas da emancipação, liberação, desocidentalização e o descolonialidade a partir de diversas posições trans-históricos e globais. Pensaremos sobre o corpo em relação à estética, ao feminismo, à escravidão, ao indigenismo, ao arquivo, à estética e ao queer para ampliar a discussão e a análise da desocidentalização e descolonialidade para destrinchar as idéias de emancipação e liberação. Que possibilidades teoria, arte e movimentos sociais recentes abrem em relação a esses futuros? E mais importante, como essa teoria pode apoiar todos os nossos esforços de promover e provocar a desocidentalização e descolonialidade como um caminho alternativo de libertação?
Descrição: Este grupo de trabalho convida artistas, ativistas e acadêmicos a se engajarem na teoria e na prática da construção de ficção como um processo político. Esperamos complementar a tradição da arte política baseada no documentário e no testemunho. Na verdade, muitos dos trabalhos nessa tradição estabelecem um diálogo com modos ficcionais, embora isso geralmente não seja reconhecido. Da mesma forma, assim como o realismo contribui para a força do documento, ele tem sido também a espinha dorsal de tudo, desde ficções novelísticos do século XIX até a arte conceitual contemporânea. As práticas e teorias dessa tradição revelam o quão impossível é separar ficção e política. A importância desse nó não pode ser subestimada em um país que entrou em guerra baseado em documentos falsos, que apontavam para armas de destruição em massa (ADM) imaginárias no Iraque. Mas não são apenas os poderosos que têm acesso ao poder da ficção. Esperamos aprender sobre estratégias ficcionais utilizadas em todo o continente americano, classes sociais, grupos étnicos e lutas políticas, e gerar novos modelos. Ficção aqui inclui, mas não se limita a, o conceito de contar histórias e da narrativa em geral. Outros modos ficcionais incluem: paródias, trotes, mitos, jogos, simulações, situações encenadas no fluxo do cotidiano, fotografias e documentos falsos, performances, instalações, espaços imaginados e imaginários (urbanos, teatrais, arquitectónicos, domésticos, etc.), e estéticas alteradas de relação (a la Glissant).
Descrição: Este grupo de trabalho investigará o entrelaçamento de formas de pensar e corpos dissidentes na reconfiguração de dinâmicas urbanas e/como espaços de conflito. Partindo da noção de “crise”, queremos ressaltar o papel que atos coletivos de emancipação/liberação/ resistência desempenham dentro de e contra a retórica omnipresente de progresso: De que maneira corpos individuais e coletivos funcionam como superfícies produtoras de novos significados através do ato de ocupar espaços que perturbem a lógica urbana? Qual é o efeito da presença crítica de corpos e vozes na cartografia da cidade? De que maneira o artivismo e a pesquisa se articulam como formas de existência em contextos que transitam do urbano ao digital? Em resumo, como podemos refletir sobre e gerar conexões produtivas entre a pesquisa, as práticas artísticas, o ativismo e formas de vida diversas?
A Convergência 2012 foi viabilizada graças ao apoio generoso do Instituto Hemisférico de Performance e Política; Art, Art History and Visual Studies, the Dean of Humanities, The John Hope Franklin Humanities Institute, the Vice Provost for the Arts, Center for International Studies, Office of Global Strategies and Programs, Hanscom Endowment, The Graduate School, Center for Latin American and Caribbean Studies, The Literature Program, Romance Studies, Center for Documentary Studies, Program in Latino/a Studies in the Global South, HASTAC, Arts of the Moving Image, Nasher Museum of Art at Duke University, Master of Fine Arts in Experimental & Documentary Arts Program, Women’s Studies, History, Theater, Center for Global Studies and the Humanities, Duke Women's Center, International Comparative Studies, and Cultural Anthropology at Duke University; the Comparative Studies in Literature and Culture Doctoral Program at the University of Southern California; and the Department of Performance Studies at New York University.